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Além dos rótulos: a jornada de Alan Z na música e na representatividade asiático-americana

  • Foto do escritor: Dona Coreia
    Dona Coreia
  • 18 de jul.
  • 7 min de leitura

Inspirado por Eminem e apaixonado por animes, Alan Z construiu uma carreira marcada por criatividade, versatilidade e representatividade. Leia a entrevista completa com o artista e descubra como ele está conquistando o Brasil

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A cultura asiática está crescendo com tudo no mundo do entretenimento — e, claro, nós estamos de olho! Foi assim que descobrimos o talento incrível do Alan Z, um artista que vem conquistando corações mundo afora… inclusive aqui no Brasil, onde a paixão por tudo que vem da Ásia só cresce. Com um som que mistura hip-hop, R&B e muita identidade, Alan Z é daquelas vozes que a gente ouve uma vez e não esquece mais. E adivinha? Ele também está de olho no público brasileiro 👀💚

Vem com a gente conhecer mais sobre a trajetória, inspirações e sonhos desse artista que é puro carisma!


Ponto de partida

Dona Coreia: Quando foi que você percebeu que queria seguir carreira na música? Alan Z: Eu soube que queria ser músico aos 10 anos, quando vi o Eminem na TV. Ele continua sendo meu artista favorito e minha maior inspiração até hoje. Depois que o descobri, me apaixonei pelo hip-hop e escrevi minha primeira música com 12 anos. Aprendi a cantar aos 15, mas confesso que foi mais pra impressionar as garotas (risos). É por isso que trabalho com vários estilos musicais, do rap ao R&B e pop.

Dona Coreia: Você cresceu em diferentes continentes antes de se mudar para os Estados Unidos. Como essas experiências multiculturais influenciaram sua visão de mundo e sua arte?

Alan Z: Crescer em diferentes partes do mundo me ensinou a me conectar com pessoas de culturas muito distintas da minha. Acredito que é justamente essa vivência multicultural que faz com que minha música tenha um apelo tão universal. Desde pequeno estive cercado por muita diversidade, e isso influenciou diretamente minha forma de criar e me expressar. Muita gente acha que, fora dos EUA, meu público mais engajado estaria na Ásia — mas, na verdade, é no Brasil!


Desafios e determinação

Dona Coreia: Quais foram alguns dos desafios de ser um artista asiático-americano em uma cena de hip-hop dominada por outras narrativas?

Alan Z: Olha, ser um artista asiático-americano na cena do hip-hop nunca foi fácil. O maior desafio sempre foi que, apesar de eu ser americano, as pessoas focavam demais na minha “asiaticidade”. Eu comecei jovem, com gravadoras querendo me contratar, mas sempre rolava aquela frase: “A gente gosta de tudo, você tem o talento, o charme, mas... você é asiático.” Isso me fez perceber que eu teria que abrir meu próprio caminho — montar minha base de fãs, organizar meus shows, praticamente sozinho. Isso aconteceu antes do boom do K-Pop e dos K-dramas, então a visibilidade era muito menor. Hoje a situação está mudando, ser asiático virou algo “cool” (legal) e muitos artistas jovens estão conseguindo espaço, mas ainda tem muito caminho pela frente. Eu só continuei porque amo mesmo a música e a arte.

No hip-hop mainstream, ainda existe muita resistência em aceitar artistas asiático-americanos, mas eu nunca desisti porque amo de verdade o que faço. Amo escrever, criar minhas músicas e me apresentar para fãs ao redor do mundo. Além disso, tive a sorte de receber não só o carinho dos fãs, mas também o apoio de vários ídolos do hip-hop da minha infância, que hoje são meus colegas de profissão.

Dona Coreia: O que você diria para um jovem artista asiático-americano que está tentando entrar na indústria musical hoje?

Alan Z: Não faça isso. Estou brincando! (risos) Eu diria para ser a melhor versão de si mesmo, ser inconfundível e agir com propósito. A indústria é muito difícil e competitiva, então é bom estar preparado para os desafios, se você realmente quiser seguir esse caminho.

Dona Coreia: Qual tem sido o impacto pessoal e profissional de se tornar uma figura de representatividade para asiático-americanos na indústria do entretenimento?

Alan Z: É uma honra ser uma figura de representatividade para os asiático-americanos na indústria do entretenimento. Eu não tive isso enquanto crescia, então significa muito poder inspirar outras pessoas hoje. É por isso que não sou apenas músico, mas também ator — para aumentar ainda mais a visibilidade dos asiático-americanos em espaços maiores.


Inspirações

Dona Coreia: Você já falou sobre o quanto Jay Park e The Weeknd te influenciaram. Em que aspectos cada um impactou seu estilo ou a forma como você se expressa através da música?

Alan Z: O Jay Park foi super importante pra abrir caminhos, principalmente numa época em que não era nada “cool” ser asiático na cena. Ele é super versátil musicalmente e manda muito bem como performer — sempre foi uma referência pra mim nesse sentido. Já o The Weeknd tem uma discografia incrível, impossível não se inspirar. E além deles, outros artistas que me influenciaram acabaram virando praticamente irmãos mais velhos pra mim, como Tonedeff, Substantial, Chino XL, Supastition, Novel e J-Live.


Além do palco

Alan Z não é só um nome forte na música — ele é um artista multifacetado. Com uma presença marcante também nas telas, ele vem mostrando que talento não tem limites. Apaixonado por cinema e cultura pop, ele transforma personagens de filmes e animes em inspiração para as composições, criando músicas que parecem trilhas sonoras de histórias que amamos. A jornada dele vai além dos microfones e palcos: passa por sets de filmagem, roteiros intensos e personagens que tocam o público tanto quanto suas letras. E é justamente sobre essa paixão por atuar que ele compartilhou com a gente.

Dona Coreia: Além da música, você também atua. Como é conciliar essas duas carreiras e qual projeto te marcou mais até agora?

Alan Z: Pra mim, música e atuação andam lado a lado. Eu sentia que faltava algo como artista até começar a atuar profissionalmente, em 2022. Isso me tornou um performer mais completo e me fez crescer muito. Atuar é uma paixão real, então cada dia no set é uma bênção. Tenho alguns filmes vindo aí — entre eles, um de terror chamado “Traction Park Massacre”. E acabei de finalizar um romance chamado “Promised Tomorrow”, em que interpreto o protagonista e também canto a música tema da trilha sonora.

Dona Coreia: Sua arte também bebe muito da fonte dos animes — como essa paixão influencia seu processo criativo?

Alan Z: Eu adoro trazer referências de filmes, séries e animes para minhas músicas. Acho muito divertido brincar com palavras e criar conexões entre esses universos e o meu som — é como se eu unisse mundos diferentes em uma mesma canção.

Além disso, me apresento com frequência em convenções de anime nos Estados Unidos, como a MomoCon, BlerdCon e ATL Comic Con. Já até lancei uma música chamada Focus com o Aztech, que é o cara por trás das trilhas de rap de Jujutsu Kaisen, BeaStars e Dr. Stone.

Se você curte esse universo tanto quanto eu, recomendo ouvir minhas faixas Demon Slayer, Phantom Troupe e Live On Stage. Elas são totalmente inspiradas no mundo dos animes!


Milhares de vozes, um só momento

Dona Coreia: Você já dividiu o palco com artistas como San E, Mad Clown, Beomhan e Truedy. Teve alguma apresentação que foi especialmente marcante pra você?

Alan Z: Com certeza! Tive a honra de me apresentar com vários artistas incríveis do K-Pop, inclusive meu amigo KISU. Mas uma performance que ficou marcada foi quando dividi o palco com o grupo BE:MAX no Festival Coreano de Atlanta, no ano passado. Tinha mais de 10 mil pessoas na plateia e foi uma energia surreal. Recebi tanto carinho, tanto no palco quanto nos bastidores. Foi uma experiência que me marcou demais! Inclusive, tem vídeos desse show no meu Instagram e TikTok. Quanto maior o público, mais animado eu fico pra subir no palco!

Dona Coreia: Quais são seus próximos sonhos e objetivos como artista?

Alan Z: No lado musical, meu maior objetivo é fazer turnês mundiais e ver milhões de pessoas cantando minhas músicas junto comigo. Eu adoro viajar e conhecer meus fãs pessoalmente. Já na atuação, quero estar sempre ocupado, com muitos papéis em séries de TV e filmes.


Continentes vizinhos, conexão de alma

Mesmo estando nos Estados Unidos, Alan Z vem conquistando cada vez mais espaço no coração dos brasileiros. A energia do público, a paixão pela música e o carinho recebido por aqui são sentimentos que parecem ultrapassar fronteiras e idiomas.

Dona Coreia: Quando foi que você percebeu essa conexão tão forte com o público brasileiro?

Alan Z: Comecei a receber muitas mensagens e comentários de fãs brasileiros dizendo que escutam minhas músicas todos os dias e pedindo para eu vir cantar no Brasil. Isso me deixou curioso, então fui checar as estatísticas do meu público — e, para minha surpresa, depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país onde tenho mais ouvintes!

Recentemente, cantei “Dois Corações”, do Melim, especialmente para meus fãs brasileiros, e recebi muito carinho em troca. Eu adoraria trabalhar com o Melim! Eu amo meus fãs do Brasil e estou muito animado para, em breve, poder fazer shows aí e conhecer todos pessoalmente.



Dona Coreia: Você tem interesse em vir ao Brasil e se conectar pessoalmente com seus fãs brasileiros? Qual mensagem gostaria de deixar para nossos leitores que estão acompanhando essa entrevista?

Alan Z: Sim, com certeza! Tenho muito interesse em visitar o Brasil e me conectar com meus fãs aí. Eu amo meus fãs brasileiros e espero ver todos vocês em breve no Brasil!


E nós também queremos te abraçar com muita brasilidade e samba no pé!

Seja em qualquer idioma, a música de Alan Z fala direto com a alma de quem escuta — e não é à toa que ele vem conquistando tanto espaço por aqui.

Em tempos em que a representatividade importa mais do que nunca, ver um artista como ele romper barreiras e inspirar novas gerações é um privilégio.

E, claro, a gente vai continuar de olho nessa jornada. Porque quando talento, verdade e propósito andam juntos… o mundo inteiro escuta. 🌏💚


Por Thais Yohanna

Revisado por Nathália Guimarães


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