O Brasil e a comunidade coreana: um encontro de culturas no K-Festival
- Nathália Guimarães
- 7 de ago. de 2024
- 4 min de leitura
Do k-pop ao kimchi: o festival celebrou a cultura com apresentações de artistas, influenciadores e gastronomia típica
O Brasil é a casa de quase 50 mil pessoas de origem coreana, que residem em grande parte nos estados de São Paulo, Ceará, Amazonas, Paraná e Distrito Federal. O primeiro grupo de imigrantes sul-coreanos contou 109 pessoas que partiram de Busan, em 1962, aportando em Santos, em fevereiro de 1963, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.
Com o intuito de celebrar e fortalecer ainda mais os laços culturais e comerciais entre Brasil e Coreia do Sul, foi criado o K-Festival. O evento, realizado pela primeira vez no ano passado, atraiu aproximadamente 52 mil visitantes, destaca Esther Sofia Dias, porta-voz do festival.
A edição deste ano, que começou na sexta-feira (2) e terminou no domingo (4), o evento foi marcado por uma programação diversa como concurso cover, concurso de cosplay de k-dramas, e bate papo com influenciadores.
"Essa é uma forma de celebrar a cultura. Como vocês podem ver, há um crescente avanço do consumo da cultura sul-coreana no Brasil. O evento conta com lojinhas especializadas, artistas sul-coreanos, restaurantes típicos, como o Soban, o único restaurante típico de Brasília, que é de uma família tradicional coreana", explicou Esther.
Entre opções de gastronomia típica estavam o k-dog (cachorro quente coreano), tteokbokki, japchae, bulgogi e kimchi.
Embaixada da Coreia
Esther ainda destaca a presença do embaixador da República da Coreia no Brasil, Lim Ki-mo, no K-Festival. "Ele vai embora, pois já completou dois anos como embaixador. Mas, com certeza ele vai levar o Raça Negra com ele e vai apresentar para os demais coreanos", completou.
No Brasil, Lim Ki-mo adotou o nome "Guilherme Lima" e subiu ao palco do K-Festival no sábado (3), cantando músicas como "Cheia de Manias" do Raça Negra, “Evidências”, da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, e “Ai se eu te pego”, de Michel Teló.
Confira um trecho do show do embaixador coreano:
Na ocasião, Lim Ki-mo afirmou que se sente feliz ao cantar músicas brasileiras, e destacou o amor que sente pelo Brasil.
"Toda vez que eu pensar no Brasil, minha segunda casa, eu sempre cantarei músicas brasileiras", ressaltou o embaixador.
Além disso, havia um estande da Embaixada da República da Coreia. Regina Jeong, da embaixada, explica que um dos papeis do órgão é promover a cultura coreana.

"A embaixada está dividida entre vários departamentos, e um deles tem o propósito de promover tudo que se relaciona à cultura coreana. Nesses últimos anos, percebemos cada vez mais o crescimento de interesse pela cultura devido à quantidade de demanda e solicitações. É algo que não havia até alguns anos atrás, e agora tem sido bem recorrente", informou Regina.
No espaço da Embaixada da Coreia do Sul, os participantes tinham a oportunidade de tirar fotos em um totem que simulava um casal vestindo o traje tradicional do país, e nos cenários montados com paisagens do país sul-coreano.
NTX
A grande atração do K-Festival ficou por conta do grupo de k-pop sul-coreano NTX, que iniciou a turnê no Brasil durante o evento.

Formado em 2021 pela Victory Company, o NTX inicialmente era composto por 10 membros. Hoje em dia, promovem com apenas oito integrantes, após a saída de Gihyun em 2022 e a pausa temporária de Jiseong, que está dedicado a um projeto paralelo com o grupo T.A.N.
Em 2023, o NTX participou do "Peak Time", alcançando o terceiro e penúltimo round de apresentações, próximo da final.
Na sexta-feira (2), durante a coletiva de imprensa, os membros afirmaram estar surpresos pelos brasileiros conhecerem o “Peak Time”, que ajudou a popularizar o grupo.
"Nós não sabíamos que o programa 'Peak Time' tinha chegado nas pessoas do Brasil. Então estamos surpresos e muito agradecidos", afirmaram.
No show de sábado (3), o grupo apresentou músicas como "Circuit", "Drop that", "Problematic" e "Holy Grail". Além disso, o NTX interagiu com o público em português, falando frases como "vamos lá" e "canta mais alto". O grupo também realizou um cover da música “Tempo Perdido”, da banda Legião Urbana.
No segundo show, realizado no domingo (04), o NTX trouxe músicas diferentes de sábado (2), como a música de estreia do NTX “Kiss the World”. O grupo "surpreendeu" os fãs trazendo mais um cover de música brasileira, dessa vez, "O Sol" do cantor Vitor Kley.
Veja o cover de "O Sol":
A última performance foi o cover de “The Boys”, do girl group Girls’ Generation, que o NTX havia apresentado no reality show “Peak Time”.
Influenciadores
Entre os influenciadores convidados, estava Carol Pardini, criadora do canal "Na Coreia Tem", que conta com mais de 134 mil seguidores. Ela participou de um bate papo com o portal Dona Coreia e revelou algumas das produções preferidas dela.
"Eu amo muito 'Descendentes do Sol', foi um k-drama que me marcou demais e eu amo até hoje. Também gosto muito de 'Uma Família Inusitada', que é recente mas me conquistou, eu não imaginava que a história era daquele jeito", afirmou.
Amanda Mituyama acumula mais de 225 mil seguidores no Instagram e 1,3 milhão no TikTok. Ela conversou sobre beleza asiática e deu uma dica especial para o público do portal Dona Coreia.
"A minha principal dica é cuidar da pele. Cuidados com a pele é o passo mais importante para a maquiagem, uma pele bem cuidada vai manter a maquiagem por mais tempo. E se mantenham no básico, você não precisa de muita coisa, daqueles dez passos, o básico funciona. Limpeza, hidratação e proteção solar são o essencial", destacou.
O ilusionista Shoi, conhecido como "Shoi Bugado", também produz conteúdo para redes sociais, como Instagram, onde possui mais de 12 mil seguidores. Ele contou para o portal quais foram as inspirações para tornar-se um mágico.
"Minha inspiração é a série 'Harry Potter', eu sempre gostei de encanto. 'Alquimia das Almas' me inspirou a fazer meu ato de palco. Sexta (2) eu tive uma experiência engraçada na apresentação, pois o som travou e eu meio que congelei. A apresentação é como se fosse um filme, se o áudio pausou, a cena também para", relembrou.
Para quem está começando a carreira de mágico, Shoi aconselhou não ter medo de se apresentar.
"A mágica é uma ferramenta para conectar pessoas. Quer conhecer pessoas, conversar, mostrar seu brilho? Vai com tudo e arrebenta, só treina antes de apresentar, isso é muito importante", completou.
Por Nathália Guimarães
Revisão por Yulle Santos